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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CURVO SEMEDO

( Portugal )

 

Belchior Manuel Curvo Semedo Torres de Sequeira, conhecido por Curvo Semedo (Montemor-o-Novo, 15 de Março de 1766 — Lisboa, 28 de Dezembro de 1838) foi um poeta português, cavaleiro professo da Ordem de Cristo, fidalgo da Casa Real, moço fidalgo da câmara do Príncipe Regente e primeiro-tenente do Real Corpo de Engenheiros. Foi um dos nomes mais importantes do movimento literário Nova Arcádia, de que foi co-fundador em 1790 e em que usou o nome de Belmiro Transtagano. Desempenhou durante muitos anos o cargo de escrivão da Alfândega de Lisboa.

Destacam-se na sua obra os quatro volumes das Composições Poéticas (1803) e, em tradução livre, As melhores fábulas de La Fontaine (1820).

Defrontou-se literariamente com o poeta Bocage, que o visara em repetidas críticas, retorquindo-lhe com sátiras aceradas. Todavia, visitou Bocage no leito de morte, em 1805, reconciliando-se enfim com ele.

Veja e leia a continuação da biografia (completa) em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Curvo_Semedo#cite_note-1.    

 

LIVRO DOS POEMAS.  LIVRO DOS SONETOS. LIVRO DO CORPO. LIVRO DOS DESAFOROS.     LIVRO DAS CORTESÃES. LIVRO DOS BICHOS..  Org. Sergio Faraco.   Porto Alegre: L.P. & M.,
624 p   ISBN 978-85-254-1839-5                 
Ex. bibl. Antonio Miranda

 

Poema extraído da seção Livro dos desaforos 

 

SÓ UM AGRADO

 

— Minha mulher expirou!
E a doce tranqüilidade
sobre a minha alma baixou!
— Pois não lhe tinha amizade?
— Só uma vez me agradou.
— Quando foi? — Quando passou
desta vida à eternidade.
— E por quê? — Porque foi só
no que me fez a vontade.

O ROUXINOL E A CIGARRA

 

                                                  De   Livro dos Bichos:

Nas horas de calma ardente,
um rouxinol sonoroso
doces gorjeios soltava
sobre um loureiro frondoso.

Dois pastores que defronte
à sombra estavam sentados
seu grato cântico ouviam
embebidos e encantados.

Eis cigarra presunçosa
que a bela cena observava,
pousou no extremo do ramo
onde o rouxinol cantava.

E d´ímpia inveja mordida
lhe diz: "Teimoso sossega,
que das aves importunas
és o maior cega-rega.*

Incessante, dia e noite
atroas todo este prado:
com teus dissonantes guinchos
tens-me o ouvido quebrado.

Atento um pouco me escuta
se cantar melhor pretendes,
que ainda que tens a voz rouca
ao menos o estilo aprendes".

O doce músico alado
sem dar ascenso à inveja,
prosseguiu com mais doçura
na cantilena saudosa.

Ela então por ver se acaso
o turbava e confundia,
a cantiga estrugidora
fervorosa principia.

Um dos pastores, irado
contra a louca impertinente,
diz: "Aguarda, toma o prêmio
de cantiga tão cadente".

Ergueu-se e com mão tão certa
lhe atira uma torroada
que a malfadada cantora
caiu por terra esmagada.

Se a inveja assim castigasse
não seriam turbadoras
dos rouxinóis do Parnaso
cigarras estrugidoras.

 

*Poesia tagarela e de voz desagradável.

 

*

Página ampliada e republicada em fevereiro de 2023

 

 

*

 

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Página publicada em agosto de 2022


 

 

 
 
 
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